Com o passar dos anos, as exigências para a troca de informações entre os diversos módulos eletrônicos nos veículos cresceram de tal forma que o cabeamento requerido para tais conexões chegou a atingir vários quilômetros de comprimento. Sendo assim, seria impossível ter uma comunicação entre módulos com altas performances e baixo custo. Além disso, a comunicação embarcada cresceu bastante, todas as interligações de um veículo com suas inteligências são feitas com CAN BUS.
Hoje, através da diagnose, o profissional de manutenção pode ter uma noção rápida de onde está o problema. Ou seja, a tecnologia ficou mais complexa nos veículos, mas por outro lado tem esse benefício, da diagnose. E qual seria a tendência disto? Segurança e confiabilidade.
Cita-se como exemplo de uma aplicação industrial a empresa Eurosicma, que fabrica diversos modelos de embaladoras do tipo flow-pack com produção que pode atingir até 1000 embalagens por minuto, dependendo das características do produto e da alimentação do mesmo. As máquinas da Eurosicma são comandadas pelo sistema "CAN BUS" que controla toda a automatização da máquina e da linha, em caso de linhas automáticas. Este sistema nada mais é do que um PC industrial com um visor "touch screen" para a interface homem máquina. Ele utiliza apenas um cabo para integrar toda a linha (o que faz reduzir em muito o custo inicial do projeto) e no caso de uma instalação de um novo dispositivo basta modificar o programa diretamente no painel da máquina. Ou seja, a praticidade foi multiplicada e os tempos de manutenção e instalação foram otimizados.
Então, é notável que as empresas vão ter de se preparar, se equipar para acompanhar essas tecnologias e poder fazer a detecção dos problemas de forma muito rápida. É uma tendência. Mais tecnologia requer maior conhecimento, porém essas tecnologias que entram chegam através de uma interface de diagnose que facilita um pouco a vida do reparador em diagnosticar o problema e, com isso, fazer o reparo.
Temos como exemplo as motocicletas que estão cada vez mais complexas e aplicadas em todos os sentidos e isso mostra um grande avanço da tecnologia para melhor. Hoje encontramos motocicletas com câmbio robotizado com dupla embreagem (Honda VFR 1200), mapas múltiplos para administração do motor, controle de tração que modula a forma como o acelerador atua no motor, medidor de inclinação interligado ao controle de tração (BMW S 1000 RR, Kawasaki ZX10), ABS controlando as duas rodas de forma rápida e inteligente (Honda XRE 300), entre outras novidades que em décadas atrás não se imaginava e que se acreditava que a tecnologia não cresceria tão depressa. Da mesma maneira aconteceu com os automóveis nos anos 80, causando uma revolução.
A Ducati foi a primeira fábrica de motocicletas a utilizar o protocolo CAN bus em 2002 com apenas dois fios. A BMW adotou uma versão de um único fio que além de economizar componentes proporcionou um controle melhor do funcionamento do veículo como um todo. Hoje podemos eliminar fusíveis do sistema, pois o próprio sistema nos entrega um diagnostico pronto, rápido e infalível, e o principal, interrompendo o funcionamento de um componente defeituoso, às vezes até permitindo um funcionamento em modo de emergência para não passar um “sufoco” no meio da estrada ou qualquer local que seja.
Na mão do usuário, no dia a dia, a moto se torna como se fosse uma extensão do seu corpo. Ou seja, a moto responde prontamente quando o piso permite: mais devagar se está com piso molhado ou, sobre areia no asfalto, os freios vêm com muito cuidado para parar a motocicleta. Isto torna a condução quase à prova de erros.
O sistema sabe se as condições são favoráveis para uma condução esportiva e mantém o piloto sempre em situação de controle, ou seja, ela se torna mais inteligente que o piloto.
Os novos requerimentos de segurança que estão sendo introduzidos com os novos veículos desta década exigem que o sistema de controle tenha a capacidade de reagir muito rápido e com confiança a situações de emergência.
No caso do controle de estabilidade ativa, por exemplo, o sistema tem de detectar a derrapagem ou o desvio, para reduzir o torque do motor e pressionar o freio o necessário para compensar o comportamento irregular do veículo.
Atualmente, percebe-se um crescimento exponencial dos módulos eletrônicos disponibilizados nos veículos automotivos. Estes módulos passam, cada vez mais, a compartilhar informações entre si; muitas vezes em tempo-real como a interligação entre os blocos de sensores, sensores inteligentes, válvulas pneumáticas, receptores, variadores de velocidade, interfaces de diálogo-operador e etc, sem comprometer a velocidade de comunicação e confiabilidade.
Cada vez mais as exigências são ampliadas e pré-estabelecidas, como:
· Estar preparada para trabalhar em ambientes móveis, sendo resistente especialmente a elevada vibração dos equipamentos.
· Ser resistente a situações extremamente nocivas, como as condições climáticas adversas (exposição aos raios solares e a chuva) e a exposição a produtos químicos provenientes do próprio trabalho.
· Ter cabeamento reduzido para facilitar a sua instalação e reduzir os problemas com manutenção.
· Não requerer tempo elevado ou manobras complicadas para a conexão de um equipamento à rede.
· Ser imune às interferências eletromagnéticas.
· Ser capaz de transmitir altas taxas de informação, uma vez que os sistemas operam com informações em tempo real.
· Boa flexibilidade das linhas de comunicação para facilitar a instalação do chicote no veículo.
· Capacidade de interligar diversos nós, garantindo futuras expansões do sistema.
· Trabalhar dentro do conceito multi-mestre, eliminando a existência de um módulo principal e responsável pelo gerenciamento da rede.
· Robustez suficiente para garantir seu funcionamento em ambientes nocivos e móveis.
· Capacidade para detectar e tratar eventuais falhas geradas por problemas em hardware e software ou, interferências externas como as eletromagnéticas.
A tecnologia que melhor se enquadra a todas essas exigências de mercado se chama CAN-BUS.
A possibilidade de conectar a rede de dados CAN BUS de um veículo em um GPS abre uma série de janelas adicionais graças a um grande fluxo de informação.
Estes dados são recolhidos por sistemas de GPS e podem ser enviados e processados para poder contar com informações em tempo real sobre dados críticos como níveis de combustível, velocidade instantânea, RPM e outros muitos valores próprios do veículo.
A combinação desta informação no GPS permite conhecer e comparar valores em toda uma frota de veículos e controlar as manutenções preventivas dos sistemas de controle dos veículos.
Acredita-se que num futuro não muito distante será possível prevenir acidentes de forma 100% satisfatória e aperfeiçoar o controle da utilização dos veículos, e cada vez mais as tecnologias de rastreamento vão se integrar às tecnologias de monitoramento dos veículos. Equipamentos com acesso ao CANBUS dos veículos serão cada vez mais utilizados e poderão trazer informações importantes para os usuários.
Atualmente, vemos que a maioria dos cabos é composta de cobre, porém, os ensaios que praticados pela rede de telecomunicação (NET) é a transferência de dados via fibra ótica. E não há duvidas de que todos os cabos migrarão para essa nova particularidade. O que podemos dizer é que a atual Rede CAN Bus também assumirá este nosso sistema no futuro.